Picture SNOWSHOEING IN SANTA FE (NEW MEXICO, USA, March 2010)

Vicky Mundo Afora ou Mundoafora? Nao importa. É vida de imigrante. O mundo eh tao grande. Por que deveria passar minha vida inteira no Rio de Janeiro? Preciso viver e falar outras linguas, viver com e como outras pessoas. Um dia eu volto. Para onde? Ora, para casa. Onde eh casa mesmo?



Picture credits on this blog go to my lovely husband, who has never enough of beautiful and interesting views all over the world. If a picture is not his, it will be linked to its original source.

Pesquisar este blog

domingo, 21 de julho de 2013

O Centro de Niteroi no Caminho do Capital

É importante que todo niteroiense leia isso e entre na luta. Estão destruindo nossa cidade aos poucos, degradando nossa vida, até que todo espaço se torne insuportável e irrespirável! Essa não é a Niterói onde eu nasci e cresci, e não é a Niterói que eu quero deixar para meus filhos.

O documento O Centro de Niterói no Caminho do Capital foi escrito pela Arquiteta e Doutora Professora-Titular da Escola de Arquitetura da UFF, Regina Bienenstein, possivelmente uma das pessoas que melhor conhece Niterói, em todos os seus cantos, buracos esquecidos, problemas, riscos. Eu não acredito numa prefeitura que não leve em consideração o trabalho sério realizado por Regina e o NEPHU.

A referência para o texto abaixo pode ser encontrada no Facebook, através deste link.



O Centro de Niterói no Caminho do Capital



Está em discussão, no município de Niterói, uma proposta de cidade que privilegia o capital imobiliário, oferecida ao Executivo Municipal por três grandes empresas (Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez). Este projeto se utiliza do instrumento Operação Urbana Consorciada (OUC), previsto no Estatuto da Cidade, e propõe a extinção de todas as Áreas Especiais do Centro e suas respectivas normas de uso e ocupação do solo: as Áreas Especiais de Interesse Social (ocupadas por população de baixa renda), as de Interesse Urbanístico (campi da UFF e Caminho Niemeyer) e a de Preservação do Ambiente Urbano. Ou seja, a proposta descarta o processo de planejamento urbano construído ao longo de décadas e sintetizado no Plano Urbanístico da Região das Praias da Baía, de 2002.
O projeto de lei encaminhado à Câmara Municipal é generalista. Sem um plano urbanístico que defina com clareza o que irá acontecer no Centro, sua defesa destaca unicamente os problemas existentes na área, que, na verdade, são decorrentes de falta de manutenção pelo gestor municipal. Aponta para a necessidade de incentivo ao uso residencial, desconhecendo que o Centro de Niterói já é caracterizado pela diversidade de usos, de atividades e de classes sociais. É uma área que apresenta, além do uso comercial e de serviços, vários quarteirões com uso misto e residencial. A proposta não detalha nem fixa normas que permitam o controle da região pelo gestor público local, além de não especificar as obras, o cronograma de sua implementação e os respectivos custos. 

Conforme alertado pelo Fórum UFF Cidades em diferentes ocasiões, trata-se de uma verdadeira “caixa preta” (ou um “cheque em branco”) que confere “um poder ilimitado à coalizão formada pela Sociedade de Economia Mista proposta e por empresas privadas, sem controle público efetivo”. Isto fica evidente no controle social obrigatório (artigo 33, item VII do Estatuto da Cidade), para o qual o projeto de lei estabelece um Conselho Consultivo com quatro membros do Executivo e apenas dois representantes da sociedade civil, a serem escolhidos pelo próprio Executivo.

A proposta causará diversos níveis de ruptura, não apenas na área específica da OUC, mas terá reflexos em todo o território municipal, ao permitir a compra do direito de ampliação de gabarito para até 40 andares (duas torres no espaço da atual Estação das Barcas) e até 20 andares (vários edifícios no espaço entre o Terminal de ônibus e a Ponta da Areia, e entre o Caminho Niemeyer e a área urbanizada atual), sendo estimado também que estes investimentos atrairão cerca de 40 mil novos moradores para o Centro.

O Estudo de Impacto de Vizinhança,elaborado pelas mesmas empresas que desenvolveram a proposta, reconhece que o projeto provocará aumento no valor dos imóveis, nos aluguéis e no custo de vida.Assume também que acabará por expulsar as famílias de classe média baixa e as de baixa renda, os pequenos comerciantes e as lojas de atacado, o que é considerado, no documento, como efeito “inevitável, irreversível, negativo e permanente”.

O Projeto de Lei reflete uma visão de gestão urbana que privilegia o “espetáculo” e a “imagem”, em detrimento das verdadeiras necessidades de quem mora, trabalha e frequenta a região. Isto fica claro nos exemplos apresentados: grandes prédios muito iluminados, torres corporativas, objetos arquitetônicos estranhos à nossa paisagem, que, aliás, se sobreporiam às edificações do Caminho Niemeyer.

Conforme tem apontado o Fórum UFF Cidades, existem claros riscos de privatização da cidade embutidos nesse projeto. Instrumentos financeiros e urbanísticos moldarão a paisagem, a serviço de empreendedores e investidores, em obediência a um modelo de intervenção importado, repassando à iniciativa privada a gestão do "novo" espaço, com prejuízo à atenção aos problemas sociais e econômicos reais do Centro.

A Prefeitura quer aprovar um projeto de tamanha magnitude em pouco mais de dois meses e argumenta ter realizado muitas reuniões, com diferentes segmentos, o que caracterizaria a disposição para o debate democrático. Não considera que processos efetivamente participativos exigem disposição para enfrentar, escutar e avaliar críticas e propostas, e ser capaz de incluí-las ou, pelo menos, esclarecer porque não foram aceitas. Nas duas únicas Audiências Públicas, promovidas pelo Legislativo Municipal, e nos debates promovidos pela Escola de Arquitetura e Urbanismo - UFF e pelo Ministério Público, uma sucessão de opiniões divergentes, dúvidas técnicas e propostas de alteração foram encaminhadas por vários setores da sociedade, sem que nenhuma modificação tenha sido feita no projeto de lei que tramita na Câmara.

Temos nos posicionado pela imediata revisão do Plano Diretor aprovado em 1992. O Executivo, como enfatizou o Vice-Prefeito, recusa tal proposta, com o argumento de que imobilizaria a gestão “por até três anos” e impediria a realização de ações importantes para a cidade. Ora, esta afirmativa é falaciosa, pois a elaboração de um Plano Diretor não demanda um longo tempo e não impede a implementação de ações já estudadas e planejadas para a administração cotidiana da cidade. E Niterói já tem alguns Planos que esperam por ser implementados, entre eles, o Plano Local de Habitação de Interesse Social e o Plano Municipal de Redução de Risco, este último de suma importância para evitar novas tragédias, como as já vividas pela cidade em 2010.

O Fórum UFF Cidades tem defendido a recuperação do Centro de Niterói dentro de uma perspectiva social e inclusiva que deve começar com a aplicação de instrumentos do Estatuto da Cidade que contribuam para assegurar a função social da cidade e da propriedade. Em vez de torres que se destacam na paisagem, em conflito com as edificações do Caminho Niemeyer e com a própria ocupação atual do Centro, nossa proposta volta-se para a escala humana e para as reais necessidades da população. No lugar de uma “revitalização” baseada na atração do grande capital imobiliário, que expulsará a população e as atividades tradicionais, nossa proposta aponta para a melhoria dos serviços urbanos; para o estímulo ao aproveitamento dos imóveis vazios e subutilizados como moradia popular e de classe média; a organização do dinâmico comércio popular; a valorização do comércio já presente na área e o incentivo à recuperação do patrimônio edificado.

Por tudo o que foi mencionado e por existirem alternativas que não acirram a exclusão sócio-espacial, o Fórum UFF Cidades defende a imediata retirada do projeto de lei da OUC / Centro de Niterói da Câmara Municipal e reafirma a urgência da revisão do Plano Diretor, iniciativas que permitirão abrir o debate sobre a política urbana e a cidade desejadas pelo cidadão niteroiense.


***
Para saber mais sobre o NEPHU-UFF e seu papel na gestão de uma Niterói mais justa, e com melhor qualidade de vida para TODOS, sem demagogia e com muito trabalho sério, leia aqui, aqui e aqui. E para conhecer um pouco sobre a História de Niterói e alguns de seus personagens, leia aqui.


Até porque a cidade não precisa de mais prédios, nem de novos moradores. Muito menos, de mais carros.

***

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Fotos de Londres

Para quem quiser ver fotos de Londres, fugindo do batido Turista -Big Ben -TowerBridge, acesse no Facebook

Sao fotos tiradas por um dos melhores fotografos do mundo! ;)  O mesmo que tirou quase todas as outras fotos onde eu apareco, aqui no meu blog.

E soh por minha causa, ele fez a foto mais linda do meu predio mais amado em toda minha Londres, que eu coloco aqui, soh de aperitivo:



***

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Mercadinho Mexicano

Fazendo compras no mercadinho mexicano ou, Ai, Minha Paciência! Também seria um bom título.

Eu evito fazer compras no mercadinho mexicano. Não dá. A sua recepcao são aquelas músicas típicas, com homens desafinados berrando, tocando nos alto falantes. Se estou com dor de cabeca, nem entro. Existe também o problema com os laticínios, que já chegam estragados em casa, só para nos dar o trabalho de voltar para trocar. Até que eu percebi que os produtos estavam sempre vencidos. Já comprei farinha de rosca, maizena, pó royal, pó para flan, biscoito maria, leite moça, tudo com a validade vencida. Isso diz muito sobre as condições do mercado. E por que continuo voltando? Porque tem coisa que só vende lá, principalmente semelhantes ao que temos no Brasil: massa de pastel, goiabada, aipim, feijao preto.

Como se isso tudo não fosse o bastante, muitos funcionários nem falam inglês, embora isso não me incomode tanto. De toda forma, já vou preparada para pedir certas coisas através de gestos. Sem o menor constrangimento eu faco "muuu" e dou umas palmadas nas coxas, ao pedir um pedaço de músculo no açougue. Economiza meu tempo, recebo a carne que preciso, e economiza explicações trilíngues sem sentido. Esse é o tipo de situação que nos aguarda no mercadinho.

Cada ida ao mexicano é super rápida, já entro sabendo o que quero. Gerald e eu nos dividimos, vamos cada um para um lado diferente, reunimos o que precisamos e nos encontramos no caixa para sair o mais rápido possível.

Hoje fomos novamente, e eu pedi para o meu marido comprar 1/4 de frango assado enquanto eu recolhia o resto das compras, já que o atendimento do restaurante demora, e muito. Esse frango custa $4,99 e vem com arroz, feijao, salada, pimenta e tortilla, e eh suficiente para 2. Tem um cartaz imenso, em cima do caixa do restaurante, listando os precos do frango assado de acordo com o tamanho que voce quiser: inteiro, 1/2, 1/4. Ja compramos esse 1/4 de frango inúmeras vezes, e é o único na cidade que tem o mesmo gosto dos que compramos no Brasil, por isso que eu insisto.

Quando Gerald pediu "o frango de $4.99" ao mesmo tempo que apontava para o cartaz, o senhor do atendimento comecou a colocar um monte de coisa num pacote e cobrou $10.99. Gerald então retrucou "não pedi isso tudo, só quero esse frango de $4.99" e leu em voz alta o que estava escrito no cartaz em espanhol.

A atendente de outro balcão veio acudir o velho e perguntou o que Gerald queria. Nessa altura, eu já havia terminado minha parte e estava de volta pra encontrá-lo. Presenciei um dialogo surreal:
_  O que o senhor quer?
_  Quero o frango de $4.99.
_  Não tem nenhum frango de $4.99.
_  Mas tá no cartaz (apontando para o cartaz).
_  Tá errado. O preco é $6.99 para meio frango.
_  Mas eu não quero meio frango, quero 1/4, com os acompanhamentos.
_  Nos não temos isso. O frango custa $6.99.
_  (Gerald, já sem paciência puxa o cartaz e mostra pra garota) Então, fala pro seu gerente tirar isso daqui, se voces não servem mais o frango dessa forma.
_  (Com cara de quem se acha muito inteligente, falando com um imbecil) Isso não é frango, isso é um prato.
_   Entao, é esse prato o que eu quero. Pode ser?



Foram quase 20 minutos para conseguir comprar o frango... Desculpe, o prato.

***

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin