Picture SNOWSHOEING IN SANTA FE (NEW MEXICO, USA, March 2010)

Vicky Mundo Afora ou Mundoafora? Nao importa. É vida de imigrante. O mundo eh tao grande. Por que deveria passar minha vida inteira no Rio de Janeiro? Preciso viver e falar outras linguas, viver com e como outras pessoas. Um dia eu volto. Para onde? Ora, para casa. Onde eh casa mesmo?



Picture credits on this blog go to my lovely husband, who has never enough of beautiful and interesting views all over the world. If a picture is not his, it will be linked to its original source.

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quarta-feira, 4 de maio de 2011

O Dia Em Que Eu Quase Fiquei Viuva

Fazia tempos que o meu marido vinha reclamando de dores. E eu insistindo para ele ir ao médico. Sabe como é homem: "nao, nao é assim, nao é nada grave, isso passa.". Viajamos, e ele continuava a reclamar das dores durante a viagem. Falei pra ele que eu mesma ia ligar para o médico quando voltássemos, entao ele resolveu ligar enquanto estávamos fora, assim a consulta seria marcada para o dia seguinte a nossa volta.

Chegou o dia da consulta e ele sai de casa bem cedo, umas 8 horas da manha, sem que eu veja, pois nao queria que eu o acompanhasse e presenciasse um diagnóstico grave.  Já era meio-dia e nada dele voltar para casa ou me telefonar. Liguei algumas vezes para o seu celular e nao obtive resposta. As 2 horas da tarde ele entra em casa, branco feito uma cera, com a cara sonolenta, o pé inchado e com uma atadura enorme toda suja de sangue.

- O que houve, meu amor?
- O médico disse que era grave e precisava operar.
- E aí, quando vai ser?
- Ele fez a cirurgia assim que viu meu pé. Por isso cheguei agora. Tinha que dormir depois da anestesia para poder dirigir.
- Mas o que voce tinha no pé, afinal?
- Ele cortou meu dedo fora... Tem que fazer um monte de coisa para fazer agora, tem que tratar, senao eu posso até morrer.
- ???

Pego o pacote com as instrucoes do médico para o pós-operatório porque meu marido nao falava coisa com coisa. Pelo menos chegou vivo em casa, sem bater o carro com aquela soneira toda que estava. E ali eu descobri estarrecida o maior mal da humanidade. A doenca-mae de todas as outras doencas. Terrível. Mortal. Fatal. Fenomenal. A UNHA ENCRAVADA. O médico havia extraído uma unha encravada do pezinho do meu amor. O dedo continuava no mesmo lugar de sempre. E quanto a essa história de morrer de unha encravada, será a proximidade com o México que torna as pessoas mais propensas a dramaticidade das novelas da Televisa?

Esta nao é a unha do meu marido. É uma figura meramente ilustrativa extraída do site  Lose  Weight, Feel Great.
Com a ajuda de Sao Google, viu? NAO É uma mencao ao peso da minha cara metade, por favor.

Fui rezar, agradecer a Deus por sermos nós mulheres que parimos e ficamos menstruadas todo mes, e nao os homens. Já pensou se eles fossem sentir cólicas todos os meses, o que seria das esposas? Eles teriam uma vantagem porém: garanto que todo homem seria dispensado de ir trabalhar por pelo menos uma semana, sempre que estivesse "naqueles dias".
***

8 comentários:

Ana Frost disse...

Melhoras para o teu marido Vicky.
Que coisa né?! Uma simples unha encravada.
O que m chamou atençao também, foi a segurança e auto-suficiência dele,a cirurgia de última hora e ainda voltar pra casa dirigindo.
Se fosse um español, teria ligado pra todos os familiares e esses estariam rapidinho no hospital :-) diferenças culturais.
Besitos

Laura Vazio disse...

Melhoras pro seu marido [2] e devo confessar que... eu ri um bocado com essa estória! rs

Vicky MundoAfora disse...

Ana, exatamente isso: uma SIMPLES unha encravada. Se ele tivesse ido a pedicure, como eu falei logo que comecou a incomodar (lógico, a gente fala muito),nao teria precisado arrancar a unha toda. Mas homem que é homem nao vai a pedicure, né? Nem ao podólogo (podiatra, pedólogo, pedófilo, whatever). Depois "fica a beira da morte" e quem tem que cuidar somos nós, esposas amantíssimas, que prometemos estar juntos na saúde e na doenca...

Vicky MundoAfora disse...

Laura, voce nao imagina o que foi o "pós-operatório" dessa criatura. Tudo o que eu perguntava ele só respondia: nao tenho mais dedo, vou morrer.

Eu tentando fazer os escalda-pés, seguir as instrucoes do médico - que veio por escrito, gracas aos céus! - e ele choramingando e reclamando de tudo, e rejeitando tudo o que eu queria fazer, argh! No segundo dia eu pude rir, mas tadinho, arrancar a unha deve doer muito mesmo (mas ele também poderia ter cooperado e tomado um analgésico que o médico recomendou, né?).

O mais legal foi ter que desinfetar o chuveiro duas vezes por dia, para evitar contaminacao no dedo. Trabalhei pra burro! Quanto fuzue por causa de uma pedicure nao feita...

Brasil na Italia disse...

Nossa Vicky, que susto. Imagina ir ao médico e voltar sem um dedo. Ainda bem que era efeito da anestesia... :)
Uma beijoca para você,
Babi

Vicky MundoAfora disse...

Efeito de anestesia nada, Babi. Era dengo mesmo!

Lau Milesi disse...

Vicky, muito bom te ler. Imaginei a cena. Gente, como "eles" são dramáticos. Nunca passou pela minha cabeça a cena de um homem parindo. Seria um escândalo. [rs] Anos e anos de licença-maternidade.:)
Por outro lado , unha encravada é preocupante, Vicky. Pode infeccionar e levar ao tétano. Digo isso agora porque sei que já está tudo bem com seu marido. Odeio agouros, como dizia minha avó.Adorei seu texto!!
Beijossss

Vicky MundoAfora disse...

Olha, depois que isso aconteceu eu fui ler sobre unha encravada no Sao Google, e fiquei estarrecida com as fotos que vi. Nao imaginava. Mas o pé do Gerald tava bem, era só o início porque ele insiste que deve cortar a unha redonda para nao encravar, quando a verdade é o oposto: deve-se cortar quadrada, para evitar que entre na carne enquanto cresce.

Essa do homem parindo e anos de licensa-maternidade é bem isso mesmo. ahahahahaha Fiquei aqui rindo sozinha.

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