Picture SNOWSHOEING IN SANTA FE (NEW MEXICO, USA, March 2010)

Vicky Mundo Afora ou Mundoafora? Nao importa. É vida de imigrante. O mundo eh tao grande. Por que deveria passar minha vida inteira no Rio de Janeiro? Preciso viver e falar outras linguas, viver com e como outras pessoas. Um dia eu volto. Para onde? Ora, para casa. Onde eh casa mesmo?



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domingo, 28 de dezembro de 2008

Hoje faz um ano

Ha 1 ano exatamente o cancer tirou meu pai da nossa família. Ainda choro bastante, sinto muita falta, falta um pedaco. Foi minha mae quem cuidou dele nos últimos 8 anos, tempo em que ele teve todos aqueles problemas que temos que marcar em formulário de avaliacao médica: cancer, infarto, derrame, pressao alta, diabetes, etc, etc, etc. Pensa que ele se entregava? Nunca! Uma semana depois de terminar a primeira quimeo ficou a espreita só esperando D. Encrenca, minha mae, sair de casa para ele colocar o terno bem rápido e sair com meu tio para ir ao fórum. E sempre que ela se distraísse ele saia.

Adorava andar na praia. Todo dia depois do trabalho ele ia caminhar no calcadao de Icaraí, e se estivesse calor ele ia nadar na praia . Nao adiantava falar para que nao fizesse isso, ele sempre dizia que olhava antes e nao via sujeira nenhuma. Era teimoso feito uma mula.

Eu costumo dizer que meus pais tiveram 2 filhos únicos, já que o meu irmao é 9 anos mais velho que eu. Nós dois fomos mimados, mas um mimo positivo, nunca fomos cheios de vontade e arrogantes.

Meu irmao que foi crianca e adolescente nas déc. 60 e 70, quando o cabelao era a moda, nao tinha moleza nenhuma. Cresceu um pouco o cabelo e meu pai o arrastava ao barbeiro e o mandava passar máquina. Ele, comunista do sindicato dos bancários, cassado, salvo por um erro de tipografia que deixou seu nome e sobrenome errado na Lista, só admitia que o filho tivesse cabelo de militar. Esse mesmo comunista na infancia vestia uniforme preto e repetia "Anaue"! E o meu irmao foi parar na Academia da Forca Aérea.

Era o meu pai quem fazia o supermercado e feira em casa. Nao me dava o brinquedo que eu pedisse fora de hora, mas qualquer revista em quadrinhos ou livro que eu quisesse aparecia na minha mao rapidinho. Ele me ensinou a jogar damas, lia historinhas para me fazer dormir, mostrava os países e as capitais no Atlas comigo sentada no colo, contava histórias da sua infancia, andava de maos dadas comigo na rua, me levava de carro as festinhas e a faculdade nos dias de chuva. E todas as vezes que falávamos do meu avo e da minha avó ele chorava muito.

Eu tive um pai de verdade e a falta que eu sinto dele hoje é imensa, nao sei nem se um dia isso passa. Só sei que eu tenho o maior orgulho daquele pai que nunca teve dinheiro na vida, mas que era humano como poucas vezes eu consigo encontrar por aí.

5 comentários:

Anônimo disse...

humanidade é o que mais falta nas pessoas. como tenho pais humanos até demais, te entendo muito bem. ótimo casamento e ano novo com vida nova!

Anônimo disse...

Querida Vichy:
Infelizmente perdi o meu pai muito cedo,quando eu era apenas uma criança. Mas cresci mantendo a lembrança dele ao meu lado.
Quando eu pasava as férias na casa da minha Avó, eu escutei na ráduo (do fundo do baú :-) uma música de um cantor (acho q ele é do RJ), que era assim:

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Paulo Sérgio - Meu Filho Deus Que Lhe Proteja

Eu recordo com felicidade, dia mês e hora em que você nasceu
Voce trouxe tanta alegria fruto do amor de sua mãe e eu
Meu filho deus que lhe proteja e onde que que esteja eu rezo por você
Eu adoro ver você sorrindo, seu sorriso faz de tudo eu esquecer.
Com meu peito cheio de saudade eu lembro os bons momentos que você me deu
Não consigo esquecer o dia que
Mas eu sinto a tua presença em tudo que eu faço onde quer que eu vá
Na escola em casa ou na rua, qualquer coisa que eu olho o seu rosto está
Hoje estou mais crescido, tanto tempo já passou, sempre vou levar comigo tudo que você me ensinou
Meu filho deus que lhe proteja e onde que que esteja eu rezo por você
Eu adoro ver você sorrindo, seu sorriso faz de tudo eu esquecer.
***********************************

Fica bem,
Um forte abraço!
Ana

Anônimo disse...

Vicky, saudade de pai não passa nunca. Perdi o meu há 9 anos e a ausência sempre é sentida...

Que 2009 seja um ano supimpa!
Beijo! :)

Anônimo disse...

oops :-) comi um "s"
I mean... passava

Ana

Dentro da Bota disse...

Realmente è triste... o meu fara dois anos... de carncer tambem... E ainda estou mal...
Mas é a vida....

Abraços...

Gi, Roma

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