Londres será sempre a minha paixao, o amor geográfico da minha vida. Se fosse uma pessoa eu teria casado com ela. Um lugar que me faz feliz só de pensar em estar lá, ou do que vivi lá. Sinto falta e vou sentir a vida inteira, o lugar onde eu era eu mesma todo o tempo, em tudo o que fazia, nas coisas que encontrava, nas experiencias que vivia. Para saber quem sou eu basta olhar uma foto minha em Londres. Qualquer uma. Aquela sou eu, no lugar que meu coracao adotou.
A Itália foi um breve sonho que virou pesadelo e seguiu-se uma enorme frustracao. Viver em estado de ópera é drama demais na vida de uma pessoa. Serviu para me ensinar porque meus antepassados saíram de lá e nao queriam nem ouvir falar em Veneza depois. Foi um hiato para mostrar que meu lugar é mesmo Londres.
EUA, bem aqui estou. Casada e com a vida diferente. Nao é mais o que eu quero, mas o que é certo para nós dois fazermos juntos. A vida muda mesmo. E eu gosto muito da minha vida de casada, nao importa se morando aqui ou na China. Nunca quis vir nesse lugar, nem Disney de presente de 15 anos. Nunca tirei visto ou tentei tirar visto para entrar aqui nem por 15 minutos. E ouvir do agente de imigracao, quando fazia escala num voo para Londres, muitos anos atrás: "e por que voce nao tem visto para os EUA? Passaporte novo? Seu visto foi recusado quantas vezes?". Minha mae me ensinou boa educacao e eu nao sou doida de discutir com agente de imigracao de país pouco confiável, portanto, respondi, nao o que queria, mas: "eu nunca quis entrar aqui, nunca pedi visto nenhum, estou indo para Londres." Por dentro, bem Carlota Joaquina, bati muito bem os meus pés antes de entrar no aviao para a Europa. E hoje, aff... já faz um ano que estou morando no Novo México. A vida MUDA!
Se vou para outro lugar ainda? Nao dá para saber. E também estou cansada, já estou saindo dos 30, chega de aventura agora. Nao é mais só eu e a mochila, a bagagem é muuuuuito maior hoje, essas coisas tem que parar um dia. E a gente tem que viver no lugar onde está, se adaptar com o ambiente novo, as pessoas diferentes e o email e telefone para amenizar a saudade dos que ficaram longe. A gente se adapta e se acostuma sempre, querendo ou nao. E o blog fica aqui para eu dar umas boas risadas de vez em quando. É o caderno de memórias tecnológico.
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