Mais tarde, mesmo com a casa cheia de gatos ela era meu xodó: me esperava no portao, andava atrás de mim pela casa, esperava eu acabar de comer para pular no meu colo, uma fofa. Até conversava com ela e sei que ela entendia tudo porque no final sempre me dava uma lambida.
Um dia ela estava para ter gatinhos e ficou enlouquecida atrás de mim. Preparei uma caixa grande forrada com muito jornal para ficar bem quentinho e coloquei no canto para nao ter vento emcima. Ela já estava com a respiracao acelerada pra comecar o parto. Entrou na caixa e ficou lá dentro respirando e olhando pra mim, quieta. Quando eu sai de perto ela comecou a gritar, saiu da caixa e veio atrás. Levei de volta, ela entrou sozinha na caixa. Aí teve o primeiro. Ainda vinha mais, a barriga estava enorme. Saí de novo, e lá veio ela fazendo escandalo. Voltei pra caixa e ela junto. Teve o segundo. Saí, ela veio atrás, voltei, nasceu o terceiro. Ela fez isso até nascer o sétimo. Minha mae viu o que estava acontecendo e me proibiu a sair de perto enquanto nao nascesse tudo, com medo dela ter filhote na sala ou no meu quarto e sujar tudo. rsrsrsrsrs Ela queria compania!!!!!
Chiquinha morreu com 9 anos, eu já morava na Inglaterra. Minha mae me contou por telefone, mandou eu tomar uma maracugina e deu a notícia. Chorei tanto!
***
Um comentário:
Oi minha querida!
Sei e sinto o que vc sentiu quando a Chiquinha morreu, porque passei
por uma história bem parecida com essa. Tive uma gatinha branca, linda, com maravilhosos olhos verdes e uma pinta creme bem cima do narizinho. Nunda tive um gato antes, aqui em casa quem predominavam eram os cachorros!
Mas como resistir aquele olhar carinhoso me devorando e pedindo para ficar? Ficou. Batizei-a de:
MIMI. Porque era um mimo, mesmo.
Tornou-se minha companheira diária,
onde eu estivesse lá estava ela.
Parecia minha sombra. Percebi que
tratava-se de uma gata acostumada a viver em companhia de pessoas!
Foi ficando, foi ficando, eu amando, eu amando!
Deitava-se em cima da mesa onde eu datilografava e ficava mirando-me!
Enquanto eu estivesse ali. Chegada a hora de dormir eu ia pra minha cama e ela pra cama dela que ficava no corredor do banheiro!
Um dia voltando do trabalho não a encontrei, depois do choro resolvi
pensar que gatos são assim mesmo,
se vão da mesma forma que aparecem.
Quando eu já tinha me acostumado com a sua ausência, uma noite estava no computador e ouvi um miado longo, estremeci e pensei não
pode ser. MAS ERA! MIMI HAVIA VOLTADO! Regressava para casa, que
alegria! Tomei os cuidados necessá-
rios para que ela pudesse frequentar novamente o ambiente familiar pois estava bem descuidada
porém mais gordinha! Pensei: que bom, aonde quer que esteve foi bem
alimentada!
O tempo foi passando e pareceu-me que os pelos estavam crescendo.
Ah que engano! Mimi estava prenha!
Bem, no dia do nascimento dos filhotes, no fim da tarde, eu estava ao telefone e de repente senti uma coisa estranha em cima do meu pé; assustada e sem saber o que era aquilo quente e meio molhado, fiquei sem voz ao perceber
que Mimi tinha parido o primeiro
filhote bem pertinho de mim.
Após ter recolhido ela e o gatinho para a caixinha, voltei às minhas atividades, ou melhor, tentei voltar, porque onde eu ia, Mimi
estava por perto toda ouriçada e ofegante. Liguei pro Veterinário para saber o que fazer ao que ele
comentou: não faça nada,somente fique perto dela, ela precisa, nesse momento, mais do que nunca de
que fique bem pertinho dela.
Sentei-me ao lado da caixinha onde
ela estava e seu olhar penetrou em
mim como se fosse um flash, tamanha
era a intensidade da expressão!
Por duas vezes precisei sair dali,
e lá vinha ela, quando eu retornava
para a "maternidade" ela entrava na
caixinha e logo logo nascia outro
filhote! E assim foi até o último:
fiquei com 8 felinos em casa, um mais lindo que o outro.
Foi muito fácil doá-los, de tão
lindos que eram!
Mas... após a doação, MIMI resolveu
ir novamente viajar ou passear e
até hoje não regressou!
Quem sabe uma noite dessas não
serei chamada com um novo Miauuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu
Beijos!
Ivone
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