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domingo, 6 de setembro de 2009

Poeira

Um prato, um copo, um talher.  Comida na mesa. Comida no fogao. Comida no forno.  Alguma coisa de comer. Nao que faca chorar, mas alguma coisa que faca sorrir.

Deus está aqui em algum lugar.  Onde está voce? Cade o meu Deus? SOCOOOOOOORRRROOOOO! Minha vida está em perigo, se é que existe alguma vida ainda aqui.

Antes eu dancava, hoje vejo a janela. Com correntes, com algemas, com gritos. A dor é imensa. Isso nao é humano. Nem forcas tenho mais.

Hoje a casa nao existe mais.  Nao tem janela, nao tem teto, nao tem mais paredes.  O chao foi arrancado de debaixo dos meus pés.

Os loucos tomaram conta.  Eles sao mais importantes e mais fortes, eles podem tudo.  Vou acordar sem pedacos, sem a minha voz.  Isso é direito deles, nao meu.  Talvez nunca mais.

Minha vida acabou e eu nao existo.  Voce me ve?  Ninguém me ve.  Sou só poeira, esperando o dia de encontrar meu pai.

***

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