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quarta-feira, 4 de maio de 2011

O Dia Em Que Eu Quase Fiquei Viuva

Fazia tempos que o meu marido vinha reclamando de dores. E eu insistindo para ele ir ao médico. Sabe como é homem: "nao, nao é assim, nao é nada grave, isso passa.". Viajamos, e ele continuava a reclamar das dores durante a viagem. Falei pra ele que eu mesma ia ligar para o médico quando voltássemos, entao ele resolveu ligar enquanto estávamos fora, assim a consulta seria marcada para o dia seguinte a nossa volta.

Chegou o dia da consulta e ele sai de casa bem cedo, umas 8 horas da manha, sem que eu veja, pois nao queria que eu o acompanhasse e presenciasse um diagnóstico grave.  Já era meio-dia e nada dele voltar para casa ou me telefonar. Liguei algumas vezes para o seu celular e nao obtive resposta. As 2 horas da tarde ele entra em casa, branco feito uma cera, com a cara sonolenta, o pé inchado e com uma atadura enorme toda suja de sangue.

- O que houve, meu amor?
- O médico disse que era grave e precisava operar.
- E aí, quando vai ser?
- Ele fez a cirurgia assim que viu meu pé. Por isso cheguei agora. Tinha que dormir depois da anestesia para poder dirigir.
- Mas o que voce tinha no pé, afinal?
- Ele cortou meu dedo fora... Tem que fazer um monte de coisa para fazer agora, tem que tratar, senao eu posso até morrer.
- ???

Pego o pacote com as instrucoes do médico para o pós-operatório porque meu marido nao falava coisa com coisa. Pelo menos chegou vivo em casa, sem bater o carro com aquela soneira toda que estava. E ali eu descobri estarrecida o maior mal da humanidade. A doenca-mae de todas as outras doencas. Terrível. Mortal. Fatal. Fenomenal. A UNHA ENCRAVADA. O médico havia extraído uma unha encravada do pezinho do meu amor. O dedo continuava no mesmo lugar de sempre. E quanto a essa história de morrer de unha encravada, será a proximidade com o México que torna as pessoas mais propensas a dramaticidade das novelas da Televisa?

Esta nao é a unha do meu marido. É uma figura meramente ilustrativa extraída do site  Lose  Weight, Feel Great.
Com a ajuda de Sao Google, viu? NAO É uma mencao ao peso da minha cara metade, por favor.

Fui rezar, agradecer a Deus por sermos nós mulheres que parimos e ficamos menstruadas todo mes, e nao os homens. Já pensou se eles fossem sentir cólicas todos os meses, o que seria das esposas? Eles teriam uma vantagem porém: garanto que todo homem seria dispensado de ir trabalhar por pelo menos uma semana, sempre que estivesse "naqueles dias".
***

8 comentários:

  1. Melhoras para o teu marido Vicky.
    Que coisa né?! Uma simples unha encravada.
    O que m chamou atençao também, foi a segurança e auto-suficiência dele,a cirurgia de última hora e ainda voltar pra casa dirigindo.
    Se fosse um español, teria ligado pra todos os familiares e esses estariam rapidinho no hospital :-) diferenças culturais.
    Besitos

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  2. Melhoras pro seu marido [2] e devo confessar que... eu ri um bocado com essa estória! rs

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  3. Ana, exatamente isso: uma SIMPLES unha encravada. Se ele tivesse ido a pedicure, como eu falei logo que comecou a incomodar (lógico, a gente fala muito),nao teria precisado arrancar a unha toda. Mas homem que é homem nao vai a pedicure, né? Nem ao podólogo (podiatra, pedólogo, pedófilo, whatever). Depois "fica a beira da morte" e quem tem que cuidar somos nós, esposas amantíssimas, que prometemos estar juntos na saúde e na doenca...

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  4. Laura, voce nao imagina o que foi o "pós-operatório" dessa criatura. Tudo o que eu perguntava ele só respondia: nao tenho mais dedo, vou morrer.

    Eu tentando fazer os escalda-pés, seguir as instrucoes do médico - que veio por escrito, gracas aos céus! - e ele choramingando e reclamando de tudo, e rejeitando tudo o que eu queria fazer, argh! No segundo dia eu pude rir, mas tadinho, arrancar a unha deve doer muito mesmo (mas ele também poderia ter cooperado e tomado um analgésico que o médico recomendou, né?).

    O mais legal foi ter que desinfetar o chuveiro duas vezes por dia, para evitar contaminacao no dedo. Trabalhei pra burro! Quanto fuzue por causa de uma pedicure nao feita...

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  5. Nossa Vicky, que susto. Imagina ir ao médico e voltar sem um dedo. Ainda bem que era efeito da anestesia... :)
    Uma beijoca para você,
    Babi

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  6. Efeito de anestesia nada, Babi. Era dengo mesmo!

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  7. Vicky, muito bom te ler. Imaginei a cena. Gente, como "eles" são dramáticos. Nunca passou pela minha cabeça a cena de um homem parindo. Seria um escândalo. [rs] Anos e anos de licença-maternidade.:)
    Por outro lado , unha encravada é preocupante, Vicky. Pode infeccionar e levar ao tétano. Digo isso agora porque sei que já está tudo bem com seu marido. Odeio agouros, como dizia minha avó.Adorei seu texto!!
    Beijossss

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  8. Olha, depois que isso aconteceu eu fui ler sobre unha encravada no Sao Google, e fiquei estarrecida com as fotos que vi. Nao imaginava. Mas o pé do Gerald tava bem, era só o início porque ele insiste que deve cortar a unha redonda para nao encravar, quando a verdade é o oposto: deve-se cortar quadrada, para evitar que entre na carne enquanto cresce.

    Essa do homem parindo e anos de licensa-maternidade é bem isso mesmo. ahahahahaha Fiquei aqui rindo sozinha.

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