por Leonardo Ferreira on 02/03/2011 11:04:00
Os avós de Sean Goldman, 10 anos, residente em Tinton Falls (NJ), que o mantiveram ilegalmente no Brasil por 4 anos, não terão direito à uma ordem judicial para visita-lo em virtude de suas “ações deploráveis” na tentativa de mantê-lo longe de seu pai, determinou um juiz no Condado de Monmouth. Na contínua batalha internacional pela custódia de Sean, o juiz da Corte Superior, Michael Guadagno, recusou-se a forçar David Goldman a permitir que seus ex-sogros viajem diretamente do Brasil para visitar seu filho.
A decisão, que ocupou 44 páginas de um processo, emitida em 17 de fevereiro, estava repleta de duras críticas aos avós maternos de Sean, que segundo o juiz tentaram por anos minar o relacionamento entre pai e filho.
A antiga esposa de Goldman, Bruna Bianchi, divorciou-se dele em 2007 no Brasil, após uma visita a seus pais no Rio de Janeiro em 2004. Ela casou-se novamente em 2007 e morreu durante o parto de seu segundo filho no ano seguinte. Alheia da batalha legal que David havia iniciado em New Jersey na tentativa de reaver seu filho, a Justiça brasileira, a princípio, concedeu a custódia do menor ao novo marido de Bianchi, que alegou nas cortes brasileiras que o norte-americano havia abandonado seu filho.
Guadagno considerou tais alegações de abandono “muito além de qualquer limite da decência”. “É difícil imaginar um exemplo mais dramático de abuso emocional contra uma criança”, escreveu o juiz.
A determinação é resultado de uma ação civil que os avós do menor apresentaram em março do ano passado na Corte do Condado de Monmouth, na tentativa de visitar o neto, que foi retornado aos EUA em dezembro de 2009, sob as ordens da Corte Suprema no Brasil.
Um juiz da Corte Superior em Freehold (NJ) rejeitou o pedido de visitação, entretanto, permitiu que ambos os lados chegassem a um acordo. As conversações terminaram quando os avós, Raimundo Ribeiro Filno e Silvana Ribeiro, também conhecida como Silvana Bianchi, recusaram-se a suspender uma ação civil no Brasil como uma das condições para verem Sean, segundo a determinação do magistrado.
Jonathan Wolfe, advogado de Raimundo e Silvana, alegou que seus clientes estavam mais que flexíveis ao concordarem com “uma grande variedade de condições”, incluindo visitas supervisionadas com o menor.
“Através do caso, concordamos com uma variedade de condições”, disse Wolfe. “O que queríamos é que eles vissem o neto, não leva-lo de volta ao Brasil, não viajar de férias”.
Entretanto, Guadagno disse que a condição imposta por David da suspensão do litígio no Brasil é “totalmente razoável” em virtude dos danos que eles causaram no passado ao separá-lo de seu pai.
“Mesmo depois que Sean foi retornado ao David, os avós continuaram com uma avalanche de litígios na Justiça brasileira, que continua até hoje, todas visando o retorno de Sean”, escreveu Guadagno.
Wolfe disse que seus clientes estão “bastante desapontados” com a decisão e ainda não decidiram se apelarão. O juiz ainda decidirá se os ex-sogros de David deverão restituir o dinheiro gasto por ele com custos legais.
“Para avós que não fizeram nada a não ser amar e cuidar do neto, é incrivelmente doloroso e injusto”, disse Wolfe com relação as duras palavras utilizadas por Guadagno contra seus clientes. “Nesse caso, a coisa mais triste é o Sean. Ele perdeu sua mãe. Agora, ele também perdeu todo esse lado da família”.
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