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domingo, 5 de abril de 2009
Vila Sésamo e a minha infancia
Hoje acordei lembrando muito do meu irmao. Como ele me faz falta. Era um amigao. Muito mais velho do que eu, sempre que eu acordava chorando com algum pesadelo ele segurava minha mao até eu dormir de novo. Todo disco novo que comprava me chamava para ouvir junto. Comprava roupa nova e me chamava para mostrar. Era até guardiao das minhas bonecas, pois segundo minha mae, eu destruia todas antes mesmo de comecar a brincar, entao aquelas que eram "do meu irmao" eu precisava ter mais cuidado e pedir "emprestado".
Ele gostava de montar avioezinhos Revel, que ficavam guardados no sotao de casa. Eu nao tinha autorizacao para entrar no sotao sozinha - só fazia merda. Entao é obvio que eu ficava a espreita para ver se alguém esquecia a porta aberta, assim podia entrar. Entrava e queria ver se as hélices dos avioes rodavam. Errr, nem todas, segundo as minhas observacoes participativas... E algumas chineladas para me lembrar porque eu nao podia entrar no sotao sozinha. O sotao tem um corrimao fantástico até hoje. Desci muito de bunda por ali, óbvio que copiando o irmao mais velho.
Ele me levava na escola, me levava de carro nas festinhas de adolescente, depois a shows e discotecas, foi sempre presente, e acima de tudo, meu melhor amigo. Quando entrou para a aeronáutica eu tinha 9 anos, e me desmanchava em choro, doía muito ficar sem ele. Mas rapidinho eu comecei a ter orgulho do meu irmao que ficava tao bonito de farda. Aí ele desistiu da farda e voltou para casa. E eu fiquei muito feliz de novo.
Sempre conversamos muito, ficava até de madrugada esperando ele chegar para pode conversar um pouco, saber como ele estava. Gostava de ve-lo feliz.. E até hoje sempre que vejo qualquer coisa que me lembre a minha infancia, eu me lembro do meu irmao. Irmao que nao tenho mais.
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