Nao posso dizer que tenho tido um bom ano. Com certeza melhor do que o horror que vivi na Italia, mas longe de ser agradavel... O poema abaixo veio de uma velha amiga dos tempos de faculdade. Mal sabe ela o que me enviou...
Os Ombros Suportam o Mundo
Chega um tempo em que nao se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuraçao.
Tempo em que nao se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.E os olhos nao choram.
E as maos tecem apenas o rude trabalho.
E o coraçao está seco.
Em vao mulheres batem à porta, nao abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já nao sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele nao pesa mais que a mao de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussoes dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que nao adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificaçao.
(Carlos Drummond de Andrade)
Ola Vicky, tudo bem!
ResponderExcluirRealmente, meu blog é meio carregadinho e cheio de figuras ...
Mas nossa, valeu só pelo comentário!
Rss*, gostei da parte do vicio ...
Qq houve com você na Italia?
Ahh, gostei mesmo do poema ... Drummond tem umas coisas muito boas, e as coisas que chegam, quase que por acaso às nossas mãos, são na maioria das vezes aquelas que falam mais o que vai na nossa alma.
Kisses, e valeu mesmo pelo coment!
Putz, acabou saindo anonimo!
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